Liturgicamente, celebramos mais ou menos conscientes, com maior ou menor intensidade espiritual o grande acontecimento do nascimento do Filho de Deus. Cidade e aldeias vestiram-se de luzes, música e cores. As pessoas celebraram segundo as suas convicções religiosas este grande acontecimento que marcou e marca a história da humanidade. Mas deste extravasar de festa exterior o que é que ficou no coração e na vida das pessoas, na concreta dos cristãos? Este grande mistério que recordamos e festivamente celebramos é como uma pequena semente: lançada em terreno propício dará muito fruto “ora trinta, ora sessenta ora cem por um. Porém, se cair entre os espinhos, pedras ou no caminho, por mais sagrada que seja, nada produzirá.
Contudo para nós cristãos, surge em cada fim de ano como momento de graça, como uma lufada de ar fresco, uma ocasião propícia para redescobrir o nosso lugar, a nossa vocação no coração da Igreja à luz das lições aprendidas e apreendidas a partir deste acontecimento. Desde há 2000 anos que os discípulos deste Menino, Deus-connosco encontraram o seu lugar próprio e especifico no centro deste mistério. Desde há 2000 anos que também os Sacerdotes, cada sacerdote, estão no coração deste Sagrado Mistério. Todos os dias são Natal graças ao seu ministério sacerdotal.
Todos os dias, os Sacerdotes fazem nascer sobre o altar, de simples capelas ou catedrais, o Filho de Deus, o Verbo da Vida. Tal como a Virgem Mãe O deu ao mundo, naquela fria gruta de Belém há 2000 anos, também, hoje, as mãos ungidas e sagradas dos Sacerdotes nos oferecem em cada Eucaristia Esse Menino, feito para nós Luz do mundo, Verdadeiro Pão da Vida. Que o homem todo se espante, que o mundo todo trema, que o Céu exulte, quando sobre o altar nas mãos do Sacerdote está Cristo, o Filho de Deus Vivo (S. Francisco de Assis).
Pela proclamação da Palavra tornam-se os grandes anunciadores da Boa Nova como os Anjos naquela noite fria mas tão luminosa “como na terra nunca viste”. Também eles hoje anunciam ao mundo, aos homens de boa vontade a mensagem da esperança: hoje nasceu para vós um Menino. Se são protagonistas desta boa nova também são fiéis ouvintes como os pobres pastores.
Pela simplicidade, pureza, dignidade e fidelidade de vida, cada Sacerdote torna-se um verdadeiro missionário deste grande acontecimento, deste sublime mistério da Encarnação do Verbo de Deus. Como os pastores começam a espalhar tudo o que lhes tinham dito a respeito daquele Menino, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido (Lc 2,17.19). Um dia perguntaram à Madre Teresa da Calcutá quais eram as pessoas mais necessárias na terra. Sem qualquer hesitação respondeu: Os Sacerdotes. Sim, graças aos Sacerdotes, todos os dias é Natal.
Sim, verdadeiramente os Sacerdotes, cada Sacerdote, estao no coraçao deste grande, sublime Mistério do nascimento do Filho de Deus. Sim, graças aos Sacerdotes, cada dia em cada Eucaristia podemos exclamar: HOJE É NATAL!